Nos últimos tempos, o movimento estudantil não tem aproveitado o espaço aberto da universidade para a realização de debates que toquem no cerne dos problemas que enfrentamos cotidianamente. Infelizmente, a discussão tem se perdido num embate forjado de ideologias rasas, pouco voltado à prática diária da vida acadêmica.
Ano passado, quando da emergência de questões tão graves e urgentes aos interesses estudantis, o DCE pouco fez para manter aceso o debate que envolvia temas relevantes e complexos - paridade, participação estudantil, expansão universitária...
Dessa maneira, não se sente o impacto que uma organização estudantil ativa pode desempenhar no interior desse fluxo de interesses e necessidades que se desenvolve no espaço universitário. Um DCE ativo, mobilizado e mobilizador deve estimular os debates que dividem opiniões, para que o processo político estudantil não seja mera fachada de autopromoção, mas muito mais um espaço de aprendizado, de produção de conhecimento, reconhecimento de diferenças e também afirmação de uma identidade universitária.
Fazer com que a universidade seja participativa e atuante no interior da sociedade da qual ela nunca se excluiu requer acreditar que não estamos aqui simplesmente para obter um diploma universitário ou para desenvolvermos nossos tão bem gerados intelectos, mas para nos afirmar como espaço discursivo operante na realidade. Essa realidade que a gente enfrenta todos os dias, seja indo do Minhocão Sul à FA, seja indo da FA a Itapoã.
Fazemos todos parte de uma realidade transformadora, e crer num individualismo barato é negar o papel social que é diretriz determinante do ensino superior. Essa é nossa universidade. Somos todos diferentes, pensamos todos de maneira distinta, resta agora fazer com que essas diferenças tragam as mudanças que queremos ser para nós mesmos, enquanto corpo que ainda
compartilha de algo comum.
Acredito ser esse o papel do movimento estudantil - fomentar o debate em todas as instâncias em que há a vivência e a experiência universitária. Trata-se, sobretudo, de fomentar a exposição pública de todos os argumentos, para que nosso ambiente acadêmico forneça uma formação democrática de seus membros que tenha, a todo tempo, um cunho pedagógico de caracteres dialógicos.
Olhando as propostas das chapas, a mim pareceu que somente a Chapa 3 trouxe à tona a relevância da discussão aberta sobre os parâmetros que devem reger o movimento estudantil da UnB, numa tônica adequada entre prática política de efetivação transformadora e elaboração de um ideal democrático de vivência participativa nas instâncias representativas.
Essa a minha opinião.
Fica, então, minha sugestão: Por democracia, pluralismo e representação,
votem **Chapa 3 - PRA FAZER DIFERENTE"
João Gabriel - 4˚Semestre, Direito
domingo, 19 de abril de 2009
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